domingo, 1 de março de 2009

Do que quero


Do que quero renego,
se o querê-lo

Me pesa na vontade.
Nada que haja

Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exposto à chuva,
por ter água.

Minha vontade, assim, ao mundo exponho,

Recebo o que me é dado,
E o que falta não quero.
O que me é dado quero
Depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado
Ou o tido desejo...

Ricardo Reis

1 comentário:

PAS[Ç]SOS disse...

talvez a felicidade esteja onde a dádiva se cruza com o desejo...